Ficção

Belo-horizontina Júlia Moysés lança 'O desaparecimento dos peixes' no sábado

Pesquisadora dos reinados mineiros estreia na ficção com referências à cultura popular do estado e ao pensamento do mestre quilombola Nego Bispo

Do HOJE EM DIA
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Publicado em 05/06/2024 às 09:51.Atualizado em 05/06/2024 às 10:03.
Pesquisadora dos reinados mineiros estreia na ficção com referências à cultura popular do estado e ao pensamento do mestre quilombola Nego Bispo (Elias Gibran)
Pesquisadora dos reinados mineiros estreia na ficção com referências à cultura popular do estado e ao pensamento do mestre quilombola Nego Bispo (Elias Gibran)

A jornalista e escritora belo-horizontina Júlia Moysés lança seu primeiro livro de ficção "O desaparecimento dos peixes" (Cas'a Edições) no próximo sábado (8), das 11h às 14h, no espaço A'mais (Avenida Brasil, 75, Casa 2, Santa Efigênia), com entrada gratuita. 

Júlia Moysés é idealizadora e editora dos livros Percursos do Sagrado: Irmandades do Rosário de Belo Horizonte e Entorno (2012) e Mulheres Reinadeiras: rainhas, capitãs e cozinheiras de Irmandades do Rosário de Belo Horizonte (2023), e coeditora da publicação cultural Revista Marimbondo. Em "O desaparecimento dos peixes" a autora traz referências da cultura afromineira, dos congados e reinados, de outros elementos da religiosidade e da cultura popular brasileira e do pensamento do mestre quilombola Nego Bispo, morto em 2023. O livro começou a ser escrito durante a pandemia de Covid-19 e também tem sua narrativa atravessada por uma misteriosa doença. 

A preparação de originais foi do escritor e dramaturgo Pedro Kalil, a coordenação editorial da editora Maraíza Labanca e o projeto gráfico das designers Mariana Misk (Oeste) e Fernanda Gontijo. O livro contou, ainda, com a consultoria do antropólogo Rafael Barros e do mestre Pai Ricardo de Moura. 

Este livro foi realizado com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte.

O desaparecimento dos peixes, por Pedro Kalil

"Uma nova forma totalitária de governo se impõe a um pequeno vilarejo, mudando suas formas de vida e suas relações com a terra, os animais e o que está além. Logo depois, os peixes desaparecem e surge uma doença misteriosa que faz com que as pessoas também sumam. É nesse contexto que Júlia Moysés desenvolve seu primeiro romance, encontro da palavra escrita com formas de vida e viver.

Uma galeria estimulante de personagens — o Zagal Interventor, Domingos, Rosa e outras e outros — vive em Monte Esperança, em uma constante tensão do povo com o novo poder que quer controlar tudo e todos. Mas, mesmo com a tentativa de forçar o esquecimento, algo permanece. É revirando a terra e encontrando todas as sementes e brotos perenes que a força construtiva de O Desaparecimento dos peixes se dá a ver. Ritos, mitos, plantas, animais, todo um saber desconsiderado e ocultado são a matéria de resistência a todo poder. 

Se um dia Camus disse que o homem revoltado é aquele que diz não, aqui temos uma comunidade que diz não, apontando uma revolta necessariamente coletiva, que se constrói em solidariedade e que assume responsabilidades e consequências. Por isso, o texto não é sobre um reencantamento do mundo, mas o encanto que nunca desapareceu, que persistiu: a ligação homem-natureza, o passado-presente, o eu-outro. 

Uma escrita viva, uma literatura livre: caminhos que Júlia Moysés constrói para rearranjar o fantástico e as comunidades imaginadas da nossa América Latina."

Serviço:

Lançamento do livro O desaparecimento dos peixes

Data: 08/06, sábado, das 11h às 14h
Local: Espaço a'mais (Avenida Brasil, 75, Casa 2, Santa Efigênia)
Valor: R$ 60 no local e, posteriormente, pelo site casaedicoes.com 

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