Condições climáticas adversas, como estiagens e altas temperaturas, prejudicam a safra de café em Minas. Os impactos ocorrer, inclusive, até o ano que vem. Levantamento de campo com 1.706 produtores rurais assistidos pelo programa de Assistência Técnica e Gerencial do Sistema Faemg Senar (ATeG Café+Forte) indica uma quebra de 23%, em média, na safra de café arábica no Estado.
A estimativa divulgada nesta sexta-feira (20) é mais acentuada do que a média nacional divulgada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), nessa quinta-feira (19), que apontou uma redução de 0,5% na produção, em comparação com o ano passado.
A analista de agronegócios do Sistema Faemg Senar, Ana Carolina Gomes, ressalta que as condições climáticas adversas, como ondas de calor, chuvas esparsas e mal distribuídas, juntamente com altas temperaturas durante as fases de desenvolvimento dos frutos, foram as principais responsáveis pela redução da produtividade prevista.
O levantamento preliminar foi realizado nas quatro regiões produtoras do Estado: Montanhas de Minas, Sul de Minas, Chapada de Minas e Cerrado Mineiro.
"Foram observados problemas no pegamento e abortamentos na florada, aumento de pragas e doenças, grãos miúdos, desfolha, entre outros. Todos esses fatores afetaram a safra 2024 em Minas Gerais, e, atrelados à seca prolongada enfrentada atualmente, poderão trazer consequências para a safra 2025”, explica a analista.
Auxílio aos produtores
Ana Carolina Gomes reforça a importância dos investimentos em tecnologias e práticas de manejo sustentável para mitigar os impactos das mudanças climáticas e garantir a sustentabilidade da produção cafeeira em Minas.
“Vamos continuar acompanhando de perto a evolução da safra, oferecendo suporte aos produtores por meio de assistência técnica e gerencial, bem como atuando junto aos órgãos competentes pela adoção de medidas para mitigar os impactos e proteger os produtores afetados”, diz.
A Comissão Técnica de Café da Faemg vem atuando, também, no sentido de manter o produtor informado e buscando, junto ao Poder Executivo, iniciativas que auxiliem os cafeicultores. Segundo o presidente, Arnaldo Bottrel, a comissão vem mantendo contato com o Governo do Estado, para auxílio na elaboração de laudos técnicos de constatação das perdas, e no âmbito federal, para ampliar recursos e subsídios para a contratação de seguros.