Um grupo de 96 brasileiros deportados dos Estados Unidos chegou a Belo Horizonte na noite desta sexta-feira (7), no Aeroporto Internacional de Confins. Este é o segundo voo com deportados desde o início do novo mandato do presidente americano.
Os deportados, que somam 111 no total, deixaram os EUA nesta sexta-feira e fizeram uma parada em Fortaleza antes de seguirem para a capital mineira em um voo da Força Aérea Brasileira (FAB).
Os brasileiros foram recebidos no aeroporto por uma comitiva de servidores da Prefeitura de Belo Horizonte, do Governo de Minas e da União, incluindo a Ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo.
"As instituições estão se organizando para esse procedimento de acolhida. Uma organização que a gente não tinha anteriormente, mas, desde o [primeiro] voo, que a gente tomou ciência da situação, nós estamos fazendo uma grande mobilização para que a gente possa criar aqui esse posto de acolhimento", declarou a ministra Macaé Evaristo.
Os deportados foram orientados pelos servidores e tiveram acesso a água, alimentação, pontos de energia, internet e banheiro.
A Fecomércio anunciou que oferecerá transporte, alimentação e hospedagem por dez dias aos deportados na unidade do Sesc Venda Nova, em Belo Horizonte. Os interessados também receberão capacitação profissional.
Retirada das algemas
Diferente do primeiro voo, em que os deportados desembarcaram algemados, desta vez as algemas foram retiradas em Fortaleza.
O primeiro voo da nova era, no último dia 24, chegou ao Brasil em meio a polêmicas sobre as condições a que o grupo foi submetido durante o trajeto. Houve um desentendimento com a tripulação devido ao calor, e os 88 deportados abriram uma porta de emergência e desembarcaram por uma ponte inflável ainda algemados.
Segundo a Polícia Federal, o uso de algemas em imigrantes é uma praxe em voos fretados dos EUA para repatriação, mas elas são retiradas ao pousar no Brasil, já que os deportados não são prisioneiros.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, ordenou a retirada das correntes e solicitou que os deportados fossem levados a Belo Horizonte em um voo da FAB. O Itamaraty informou que cobrará os EUA por tratamento "degradante".