A Polícia Civil (PC) ouviu nesta terça-feira (23) o depoimento de Andrea de Jesus Costa, de 47 anos, mãe do jovem Pedro Henrique, de 15 anos, morto a tiros em uma ação da Polícia Militar no último sábado (20), na Vila Embaúbas, região Oeste de Belo Horizonte.
A família cobra respostas sobre a morte do adolescente. A PM alega que o jovem teria apontado uma arma para os policiais, que, por isso, atiraram. Andrea, no entanto, garante que o filho não se envolvia com o tráfico de drogas na região e que não estava armado. O caso já está sendo investigado pela PC.
Durante o depoimento desta terça, a mãe foi acompanhada pelo diretor de inclusão da Ordem dos Advogados do Brasil em Minas Gerais (OAB-MG), William Santos, que também questionou a PM. "A versão oficial não é aquela desenhada pelas testemunhas", afirmou.
A polícia chegou a divulgar a foto de uma arma que teria sido apreendida com o adolescente e um áudio da ligação de um morador do bairro ao número 190, no dia da ocorrência. Na gravação, o homem disse que havia suspeitos armados traficando drogas.
A morte do adolescente gerou manifestações de moradores da Vila Embaúbas. A comunidade acusa os policiais de terem atirado à queima-roupa contra o jovem e alegam que os PMs teriam confundido um celular com a arma.
Relembre o caso
Militares foram à Vila Embaúbas após denúncia de tráfico de drogas entre as ruas Cândido de Souza e Tupã. Enquanto cercavam a região para organizar a abordagem, policiais teriam avistado Pedro Henrique se aproximando.
Segundo o boletim de ocorrência (BO), os militares pediram ao adolescente que largasse a arma. "O individuo não obedeceu e apontou a arma em direção aos militares em franca intenção de efetuar disparos", consta de trecho do BO.
Em seguida, dois militares teriam atirado "em legítima defesa", conforme alega a corporação.
Ainda conforme o boletim de ocorrência, a arma que estava com o jovem foi apreendida e teria seis munições intactas. A perícia da Polícia Civil chegou a ser acionada.
Os dois militares que atiraram contra o adolescente foram levados à sede do 5º Batalhão, também na região Oeste. Eles tiveram as armas apreendidas.
A corregedoria da Polícia Militar está acompanhando o caso.
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