Não foi preso

Mecânico suspeito de vender carros de clientes sem autorização é indiciado por estelionato na RMBH

Suspeito teria feito de 7 a 10 vítimas e, agora, está proibido de exercer a profissão

Bernardo Haddad*
@_bezao
Publicado em 21/11/2024 às 12:54.Atualizado em 21/11/2024 às 13:24.
Delegado Raphael Boechat, responsável pelas investigações (Divulgação/ PCMG)
Delegado Raphael Boechat, responsável pelas investigações (Divulgação/ PCMG)

Um mecânico de 44 anos foi indiciado, nesta quinta-feira (21), suspeito de vender carros de clientes sem autorização em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte. O homem não foi preso, mas responderá por estelionato e terá que cumprir medidas cautelares. 

Ele está proibido de exercer a profissão e de comparecer a qualquer oficina de veículos, além de ser obrigado a apresentar justificativas das atividades periodicamente à Justiça. 

De acordo com o delegado Raphael Boechat, que coordena as investigações, após os clientes deixarem os veículos para reparos mecânicos na oficina do investigado, localizada no bairro Novo Riacho, ele os negociava, como se fossem propriedades dele, "a fim de obter lucro rápido". 

O caso começou a ser investigado após uma bióloga de 33 anos ter deixado um Renault Logan na oficina do suspeito e não recebeu o carro. Após um período de tempo, ela foi surpreendida com um comunicado de venda do veículo. 

A vítima começou a investigar a venda do carro e encontrou outras vítimas do "golpe", incluindo um casal que comprou o Logan com o mecânico e tinha incluído um Ford KA na troca. As vítimas se organizaram em um grupo de WhatsApp para tomar as devidas providências contra o suspeito. 

Em contato com o mecânico, o homem que adquiriu o Logan conseguiu localizar o Ford Ka envolvido na troca. No entanto, ele encontrou o veículo sem o motor, já em processo de desmanche.

Segundo o delegado, o mecânico teria feito de 7 a 10 vítimas e realizava a prática desde 2020. Grande parte dos veículos vendidos eram destinados para desmanche. 

Ainda conforme Boechat, apenas um veículo foi recuperado. O delegado destacou que, por conta do desmembramento das peças, a localização dos carros vendidos de forma ilegal ficou ainda mais difícil. 

O homem não tinha antecedentes criminais e não foi pego em flagrante realizando a venda desses veículos. De acordo com Boechat, as medidas cautelares aplicadas sobre o homem se mostram “suficientes para evitar que ele volte a cometer os crimes”. 

A polícia segue investigando o caso com objetivo de recuperar os outros veículos vendidos sem a autorização dos proprietários e, também, de encontrar outras possíveis vítimas do mecânico. 

*Estagiário, sob supervisão de Valeska Amorim

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