Bairro São Gabriel

Metroviários protestam em BH cobrando a manutenção dos empregos após a privatização

Pedro Faria
pfaria@hojeemdia.com.br
24/02/2023 às 09:58.
Atualizado em 24/02/2023 às 10:26
 (Valéria Marques/Hoje em Dia)

(Valéria Marques/Hoje em Dia)

Os metroviários protestam em frente ao pátio de manutenção do metrô de Belo Horizonte, no bairro São Gabriel, na região Nordeste da capital, na manhã desta sexta-feira (24). A categoria cobra garantias de que os mais de 1,6 mil funcionários vão ter seus empregos mantidos mesmo após o processo de privatização.

Seguindo um carro de som e com diversas faixas cobrando atitudes de políticos em favor da categoria, os manifestantes seguem até a estação 1º de Maio. Eles também pedem para que a população participe das manifestações.

O metrô segue 100% paralisado em BH. A greve iniciou no último dia 15 Na manhã desse sábado (25), a categoria terá uma nova assembleia na Estação Central, para discutir o futuro do movimento. Segundo Alda Santos, presidente do Sindmetro, a manifestação tem como objetivo chamar a atenção do Governo Federal sobre a situação.

“Estamos há 10 dias de greve e nenhuma mesa de negociação foi aberta para saber o que vai acontecer com os 1,6 mil empregados da CBTU. Queremos uma resposta do governo federal porque a CBTU não é uma empresa estadual, é uma empresa federal”, disse.

A sindicalista planeja uma viagem até Brasília, no próximo dia 27, onde representantes da categoria pretendem se encontrar com o presidente Lula (PT) e cobrar uma solução para o impasse da paralisação.

Discussão

Em dezembro do ano passado, o metrô de BH foi privatizado em leilão realizado em São Paulo. O grupo Comporte Participações S.A. venceu a disputa. 

Após a privatização, os metroviários optaram por realizar uma paralisação na última semana. O Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Regional (TRT-3) determinou que os servidores mantenham escala mínima de 70% no funcionamento do serviço, eles optaram por não aderir à redução e fazer a paralisação total.

Durante a reunião de conciliação realizada na sede do TRT, na terça-feira (14), o Ministério Público do Trabalho (MPT) sugeriu a criação de um grupo especial de atuação no âmbito da Procuradoria-Geral do Trabalho, em Brasília (DF). A ideia é abrir uma instância de diálogo com a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) e demais órgãos e entidades com competência decisória sobre as relações de trabalho dos empregados.

O Grupo Comporte – que reúne empresas de transporte rodoviário e urbano de passageiros, cargas e turismos – venceu o leilão de concessão realizado em 22 de dezembro na Bolsa de Valores de São Paulo (B3), com lance único de R$ 25,75 milhões. 

Os metroviários reclamam que não foram ouvidos durante o processo de elaboração do edital de concessão do serviço em BH e temem a falta de estabilidade após a desestatização.

Na audiência de conciliação no TRT-3, o desembargador César Pereira Machado Júnior solicitou que os metroviários suspendam a mobilização, e determinou ainda o funcionamento de 100% do serviço de segurança metroviária, em período integral. 

No sábado (18), o prefeito de BH, Fuad Noman (PSD), criticou a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU). Para ele, o órgão deveria ter impedido a greve dos metroviários em pleno Carnaval. As linhas estão paradas desde a última quarta-feira (15).

Fuad chegou a afirmar que "se passar o Carnaval sem precisar deles (CBTU), é melhor privatizar mesmo". No dia, a CBTU informou que não iria comentar a fala do prefeito.

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