Pais x PBH

Pais farão protesto pela volta às aulas presenciais em frente à casa de Kalil neste sábado

Bernardo Estillac
bernardo.leal@hojeeemdia.com.br
04/02/2022 às 19:17.
Atualizado em 04/02/2022 às 19:26

Um novo protesto contra o adiamento da volta às aulas para crianças de 5 a 11 anos em Belo Horizonte foi marcado para este sábado (5), às 10h. O movimento, que já aconteceu em frente à prefeitura da capital, agora será na Praça Marília de Dirceu, região Centro-Sul, em frente ao prédio onde mora o prefeito Alexandre Kalil (PSD).

Para uma das organizadoras da manifestação, a médica Stella Lima, 47, a manutenção do adiamento das atividades presenciais nas escolas de BH após recomendação contrária de promotores do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) é um dos fatores que motivam o protesto.

“Nós aguardamos a resposta da prefeitura ao MP. A gente não teve acesso à resposta oficial, mas vimos pela imprensa que as recomendações não foram acatadas. A prefeitura não priorizou a educação, hoje em dia tudo está aberto, mas as crianças não podem ir pra escola. Entendemos que a escola é o lugar mais seguro para nossas crianças”, afirma a médica, que é mãe de duas crianças em idade escolar.

A decisão de postergar o retorno do ano letivo para crianças de 5 a 11 anos foi anunciada pelo prefeito Alexandre Kalil (PSD) em 26 de janeiro sob justificativa de dar mais tempo para que as crianças de 5 a 11 anos possam se vacinar contra a Covid-19. O início do ano letivo para essa faixa etária passou de 7 para 14 de fevereiro.

Stella afirma que, se a vacina for a justificativa para o adiamento, ela deveria ser cobrada para a presença de crianças em outros locais públicos além das escolas. Segundo ela, existe no movimento um receio do prazo ser prorrogado para além do dia 14 de fevereiro devido à baixa adesão entre o público infantil à vacina contra a Covid-19.

“Essa é uma preocupação real: chegar no dia 14 e falar que boa parte das crianças não se vacinaram e adiar mais uma vez. A taxa de vacinação não está alta, mas tem alguns fatores que explicam, o primeiro é que a prefeitura não progrediu com o calendário. O segundo grande motivo é que as crianças que se infectaram em janeiro precisam aguardar pelo menos 30 dias até poder se vacinar e o terceiro é que alguns pais não tem segurança em vacinar suas crianças”, afirmou.

Segundo Stella, o protesto de sábado reúne diversos movimentos favoráveis ao retorno imediato das aulas presenciais como o Volta Imediata às Aulas; o Juntos Pela Educação; os Guardiões da Infância e Juventude; os Pais pela Educação Pública; além de associações de pais de diferentes escolas da capital.

Questionada pela reportagem se existe um posicionamento único dos movimentos participantes em relação à recomendação da vacinação infantil, a médica disse que não há uma voz uníssona e que o tema não é relevante para o protesto.

“A gente não está ali para discutir se deve ou não vacinar porque, independente da vacinação, as escolas têm que estar abertas. Mesmo que não existisse vacina, as escolas deveriam estar abertas”, disse.

No momento, crianças sem comorbidades dos 7 aos 11 anos estão incluídas no calendário de vacinação divulgado pela prefeitura até o dia 11 de fevereiro. Crianças com comorbidades entre 5 e 11 anos já podem receber a primeira dose do imunizante.

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