Em nota divulgada à imprensa na noite desta sexta-feira (26), a Prefeitura de Belo Horizonte informou que instaurou procedimento interno para apurar a morte de uma mulher de 26 anos na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Centro-Sul.
A prefeitura destacou que a unidade de saúde é administrada pela Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (Fundep), o que passa pela contratação de todos os profissionais que atuam no local, incluindo médicos.
Em ofício enviado à Fundep - entidade vinculada à Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) - nesta sexta, a prefeitura solicita "todos os esclarecimentos à Secretaria Municipal de Saúde, no prazo de 72 horas, sobre o atendimento médico dispensado à paciente na UPA Centro-Sul, na data de 23 de abril".
A Fundep e a Secretaria Municipal de Saúde mantém desde 2008 um convênio que tem por objeto a cooperação mútua para a melhoria do atendimento na unidade, envolvendo capacitação operacional no atendimento à população, através de complementação da formação acadêmica e profissional dos alunos, servidores docentes e técnicos da UFMG.
Entenda o caso
A Polícia Civil investiga a morte da mulher, ocorrida na última terça-feira (23). A família denunciou negligência médica durante o atendimento. Já a prefeitura da capital garantiu que a mulher havia recebido toda assistência necessária enquanto esteve no local.
Segundo o Boletim de Ocorrência (BO) da Polícia Militar, ela chegou à UPA por volta de 13h, levada pela porteira do prédio do namorado. Lá, relatou que sentia fortes dores no peito e nas pernas. Após a triagem, o atendimento foi classificado como "verde" (pouco urgente).
Horas depois, o companheiro dela chegou até a UPA. Conforme o BO da PM, o homem relatou que a jovem dizia a todo momento que seguia sentindo dores e começou a gritar por "socorro", se "agonizando no chão". Momentos depois, uma médica a examinou e disse que ela estava tendo uma crise de ansiedade. Ela foi medicada, mas continuou reclamando das dores.
Ainda segundo depoimento à PM, o namorado teria procurado ajuda no local, mas as enfermeiras alegaram não saber onde estava a médica responsável. O jovem disse que pouco tempo depois ela teve um mal súbito e morreu.
Já o médico responsável pelo plantão, disse que após ser medicada ela foi levada para uma sala de observação e foram solicitados exames. Depois, ela "ficou irresponsiva em um dado momento". Um profissional da emergência foi chamado e constatou que a mulher estava sem sinais vitais. Foi iniciada a manobra de ressuscitação, que conforme o BO, durou uma hora e seis minutos, antes do óbito ser constatado.
O Hoje em Dia entrou em contato com a assessoria de imprensa da reitora da UFMG e irá atualizar esta matéria com o posicionamento solicitado.