Local de tortura

Pesquisadores da UFMG vão fazer escavações arqueológicas no antigo DOI-Codi de SP

Da Redação*
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Publicado em 19/07/2023 às 11:33.
Prédio foi local de tortura durante a ditadura (Rovena Rosa/Agência Brasil)

Prédio foi local de tortura durante a ditadura (Rovena Rosa/Agência Brasil)

Pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) vão se juntar a outros especialistas da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) para fazerem escavações arqueológicas no antigo Destacamento de Operações de Informação - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi) - órgão que era subordinado ao Exército e foi local de tortura e assassinatos de opositores da ditadura militar.

O trabalho deve ser executado no período entre 2 e 14 de agosto deste ano. Os especialistas avaliam que os prédios do antigo DOI-Codi/SP são um marco físico que documentam um período brutal da história brasileira, sob permanente disputa. 

Nas escavações, os pesquisadores pretendem explorar os vestígios encontrados no local, objetos, estruturas arquitetônicas e registros documentais, a fim de buscar esclarecimentos sobre o passado e contribuir para a compreensão dos eventos ocorridos durante o período. 

“Resultado de um trabalho coletivo desenvolvido no âmbito do Grupo de Trabalho Memorial DOI-Codi em 2018, o objetivo dessas escavações é utilizar as pesquisas arqueológica e histórica para compreender os vestígios materiais e a memória associada a esse importante local de violações de direitos”, disse, em nota, o grupo responsável pelo trabalho. 

Espaço de memória

Acrescentou que busca estabelecer uma base sólida para a criação de um espaço de memória do estado de São Paulo, permitindo que diversos grupos da sociedade possam acessar informações e interpretações sobre o passado. 

“A investigação rigorosa, o diálogo contínuo com a sociedade e a aliança entre ciência e direitos humanos é um dos caminhos para o conhecimento do nosso passado, visando o fortalecimento da democracia e da construção de políticas públicas efetivas para a consolidação da cidadania”, diz a nota. 

Haverá ainda visitas guiadas às escavações, oficinas com estudantes e professores, além de mesas e debates com ex-presos, pesquisadores e defensores dos direitos humanos.

*Com informações da Agência Brasil 

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