Sobe para oito o número de mulheres que procuram polícia para denunciar médico por estupro
Segundo a PCMG, as investigações continuam em andamento e o suspeito preso segue à disposição da Justiça
Subiu para oito o número de mulheres que procuraram a Polícia Civil (PC) para denunciar um mastologista, de 46 anos, por estupro. Dentre as vítimas está uma paciente com câncer de mama, abusada durante consulta. O médico segue preso. A atualização do caso foi informada nesta quarta-feira (5) pela PC.
O caso está em tramitação na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM) em Itabira, na região Central do Estado.
"Houve um aumento de representações deste caso, sendo atualmente oito vítimas, que formalizaram o registro de ocorrência contra o suspeito. As investigações continuam em andamento e o suspeito preso segue à disposição da Justiça, junto ao sistema prisional", informou a polícia em nota.
O médico foi preso na terça. O abuso contra a paciente com câncer teria ocorrido no ambulatório do Hospital Nossa Senhora das Dores, em 24 de janeiro.
Segundo o Boletim de Ocorrência (BO), registrado pela filha da vítima, a paciente chegou abalada em casa, relatando que procurou a unidade de saúde para um atendimento e foi violentada.
"A vítima teria chegado em casa aos prantos, alegando que o médico que a atendeu teria a estuprado. Disse que ao entrar na sala do médico ele fechou a porta. Nem deu boa tarde e a colocou na parede, levantou sua saia e a estuprou", conforme consta no BO.
Ainda segundo o documento policial, após o estupro, o médico entregou à vítima uma receita e o agendamento de nova consulta em 90 dias. Antes de liberá-la, ele pediu para que a paciente saísse "pelo corredor lateral para não ser percebida".
A filha dela disse aos policiais que a mãe consulta com o médico há muito tempo, por ser paciente oncológica. Ela passou por exame de corpo de delito.
Em nota, o Hospital Nossa Senhora das Dores repudiou o acontecimento, informou que afastou o médico das funções até que as investigações sejam concluídas e disse que colabora com as autoridades.
Na tarde desta terça-feira, o homem passou por audiência de custódia. A defesa pediu a revogação da prisão preventiva, enquanto o Ministério Público solicitou a manutenção. A juíza do caso pediu vistas para a decisão.
Procurado, o advogado do médico disse que prefere não se manifestar sobre o caso.
Outros casos investigados
O inquérito da Polícia Civil que investiga o caso recebeu denúncias de outros possíveis casos de abuso cometidos pelo médico.
"Foram aparecendo mais vítimas nesse curso desse inquérito. Algumas outras mulheres que tinham sido pacientes e também funcionárias do hospital que ele prestava serviço nos procuraram e relataram alguns outros casos de violação dos direitos sexuais", contou o delegado da Polícia Civil de Minas Gerais João Martins Teixeira, responsável pelo inquérito.
O delegado diz que os demais casos relatados eram semelhantes, envolvendo o exercício da função de médico, mas que este da paciente oncológica era "de mais violência".
"Toques indevidos na vítima, outras relataram que haviam sido agarradas por ele, beijos forçados. Foram esses relatos [das demais vítimas]", completou.