Suspeito de fazer apologia ao nazismo com postagens nas redes sociais é preso em BH
Ele fazia postagens utilizando referências como cruz suástica e convocava novos indivíduos a ingressar em um grupo voltado à propagação de conteúdo do nazismo pelas redes sociais
Um homem de 21 anos suspeito de compartilhar em redes sociais conteúdo envolvendo apologia ao nazismo foi preso em Belo Horizonte. Ele fazia postagens utilizando referências como cruz suástica, SS (Schutzstaffel, uma organização paramilitar ligada ao Partido Nazista e a Adolf Hitler), além de convocar novos indivíduos a ingressar em um grupo voltado à propagação de conteúdo do nazismo pelas redes sociais e aplicativos de troca de mensagens.
A prisão ocorreu na quarta-feira (26) e divulgada nesta quinta (27) pela Polícia Civil. Na casa do investigado, os policiais encontraram e apreenderam vasto conteúdo relacionado ao nazismo, como etiquetas da cruz suástica e das tropas de Hitler, bem como toucas ninja, fardamentos militares, rádios comunicadores, munições, armas de airsoft, além de equipamentos eletrônicos diversos (computadores, celular, pen drive e HD externo).
No celular apreendido com o investigado, os policiais encontraram vasto conteúdo ligado ao nazismo, bem como a veiculação desses elementos em redes sociais.
Aos policiais, o suspeito alegou que possuía esses objetos por fazer parte de um grupo de prática de airsoft, utilizado quando encenavam momentos da Segunda Guerra Mundial. No entanto, admitiu que veiculava conteúdo de apologia ao nazismo nas redes sociais.
Prisão
O suspeito foi detido com base no artigo 288 do Código Penal (associação criminosa), bem como pelo crime previsto no artigo 20 da Lei 7.716/1989, “Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional”, com ênfase nos parágrafos 1º “Fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo” e 2º “ Se qualquer dos crimes previstos neste artigo for cometido por intermédio dos meios de comunicação social, de publicação em redes sociais, da rede mundial de computadores ou de publicação de qualquer natureza”.
Compartilhamento de informações
Além do mandado de prisão temporária, também foram cumpridas ordens judiciais de busca e apreensão na casa do investigado, na capital mineira, e na residência da mãe dele, que mora em Valinhos, interior de São Paulo. Essa ação contou com o apoio da Polícia Civil do Estado de São Paulo.
As investigações iniciaram após o Laboratório de Operações Cibernéticas (Ciberlab) do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) receber, em colaboração com o Homeland Security Investigations, informações relevantes sobre a ação do jovem, as quais foram analisadas e encaminhadas para a Polícia Civil de Minas.
“Essa ação reforça a parceria constante entre o Laboratório de Operações Cibernéticas, Homeland Security Investigations e a PCMG, demonstrando a importância da integração entre órgãos nacionais e internacionais no combate aos crimes de ódio”, destacou o delegado Arthur Benício.