SAÚDE

Tempo seco faz atendimento a crianças com doenças respiratórias triplicar em BH

Hospital Infantil recebe diariamente até 200 pacientes

Bernardo Haddad*
@_bezao
26/08/2024 às 10:40.
Atualizado em 26/08/2024 às 10:54
Franciele levou o filho Pedro, de apenas 2 meses, ao hospital na semana passada; criança acordou com sintomas de doenças respiratórias (Valéria Marques/ Hoje em Dia)

Franciele levou o filho Pedro, de apenas 2 meses, ao hospital na semana passada; criança acordou com sintomas de doenças respiratórias (Valéria Marques/ Hoje em Dia)

O socorro a crianças com doenças respiratórias triplicou no Hospital Infantil João Paulo II (HIJPII), em Belo Horizonte. Referência no atendimento infantil, a unidade de saúde tem recebido diariamente até 200 pacientes com sintomas de gripe, resfriado, pneumonia, bronquite e outras doenças provocadas ou agravadas pelo tempo seco. Pais devem ficar atentos para reforçar os cuidados com os filhos. 

No início do mês, a média de consultas a cada 24 horas era de 70, conforme informou a responsável pela Enfermaria de Pneumologia do HIJPII, Lívia Isabela de Oliveira. O aumento ocorreu a partir da terceira semana de agosto, que coincide com registro de queimadas e índices de umidade abaixo dos 20% em BH.

Conforme a pneumologista, o tempo seco contribui para o aumento de poeira e alérgenos – substâncias de origem natural capazes de provocar hipersensibilidade – em suspensão no ar, o que aumenta os riscos das crianças adoecerem. A médica afirma que nesta época do ano é comum o aumento no registro de crianças com ressecamento de mucosa e da via aérea. Elas apresentam coriza, tosse, asma, rinite e conjuntivite alérgica. 

Caso da paciente Aila, de 5 anos. A menina acordou na última quinta-feira com o nariz entupido, tosse, febre e coriza e foi levada pela mãe, Acsa Daniela dos Santos, de 24 anos, ao hospital. “Provavelmente em função do tempo. Ela já teve sinusite e bronquiolite quando era mais nova. Tenho lavado o nariz dela com soro para tentar ajudar”, contou a mãe.

Quem também teve que levar o filho para o HIJPII foi Franciele Santos Jesus, de 28 anos. A auxiliar de cozinha estava com Pedro, de apenas 2 meses, que acordou com sintomas de problemas respiratórios. “Ele está tossindo muito, com o nariz sangrando, acho que devido ao tempo seco. Por precaução trouxe aqui. A gente agasalha muito ele, evitamos sair por conta do tempo”, conta Franciele. 

Recomendações 

Manter a casa sempre limpa e arejada é um hábito que pode ajudar a prevenir os casos de doenças respiratórias. Segundo a pneumologista Livia Isabela, a recomendação é que os pais fiquem atentos e optem por passar pano ao invés de vassoura. 

Outro hábito que pode ajudar é o de pendurar uma toalha molhada dentro de casa para umidificar o ambiente. Beber bastante água também é muito importante nas épocas de tempo seco. 

A pneumologista recomenda que em caso de doenças respiratórias, a criança deve ser levada ao pediatra de referência da família. Se não tiver um médico designado, a criança pode ser atendida no Hospital Infantil João Paulo II ou nas unidades de Pronto Atendimento (UPA) espalhadas pela capital. Em casos mais leves, as crianças podem ser levadas para um posto de saúde mais próximo de casa.

*Estagiário, sob supervisão de Renato Fonseca

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