Uma quadrilha de agiotas, composta por três pessoas de uma mesma família, foi presa nesta terça-feira (11), durante operação da Polícia Civil em Juiz de Fora, na Zona da Mata. A suspeita é que os envolvidos tenham movimentado mais de R$ 2 milhões em dinheiro.
Além das prisões, a PC cumpriu dois mandados de busca e apreensão, cinco veículos foram detidos e bloqueio de várias contas bancárias. Os presos são o pai, de 54 anos, a filha, de 28 anos, e o marido dela, de 31 anos, autuados por agiotagem, extorsão, lavagem de dinheiro e associação criminosa. O irmão, de 31 anos, foi conduzido, mas liberado após depoimento.
Com o nome de “Gênesis 3:19”, a operação ainda resultou ainda na apreensão de arma de fogo, munições e documentos de contabilidade que evidenciam o esquema de agiotagem praticado pela quadrilha. Também foram resgatados documentos e cartões de banco de possíveis vítimas. "Entre veículos, imóveis e contas bloqueadas, o patrimônio atingido chega a cerca de 10 milhões de reais”, contou o delegado Márcio Rocha e Marcos Vignolo.
Investigação
Segundo a Polícia Civil, a investigação detalhada da quadrilha teve início há cerca de cinco meses, e após intenso trabalho de inteligência, foi apurado que a família atuava desde de 2020, especialmente na zona sul, no bairro São Geraldo. "Durante as investigações, constatou-se que as vítimas tinham grande receio dos investigados, devido às constantes ameaças, inclusive de morte, além de cobranças de juros exorbitantes, que chegavam a 60%, tornando a dívida impagável”, explicou o delegado Márcio.
Ameaças
Um dos áudios captados durante a investigação revela a gravidade das ameaças feitas pela mulher de 28 anos: "Dia 10 você vai tá morta. Se eu não te encontrar até lá, pode ser que você me mande o pix, mas eu te encontrando antes você vai tá. Aí não vai ter como você me enviar o pix, beleza?" O delegado Márcio Rocha destaca que "esse medo dificultava a coleta de denúncias”. Em um caso específico, o grupo invadiu o comércio de uma vítima “e roubou os bens presentes no local".
As investigações, de acordo com os delegados, continuam com o objetivo de rastrear a origem do dinheiro utilizado pela quadrilha para os empréstimos a juros abusivos. O irmão de 31 anos segue como investigado até que seja esclarecido seu envolvimento com os crimes.