Vacina contra coqueluche está em falta há quase dois meses em Minas
Imunizante permanece indisponível no Estado desde agosto deste ano, quando a primeira morte pela doença foi confirmada
Uma das vacinas contra coqueluche oferecidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) segue em falta em Minas após quase dois meses. Segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES), até segunda-feira (21), o estoque da tríplice bacteriana (DTP) continuava indisponível.
Até o último levantamento (divulgado no dia 12 deste mês), foram confirmados 287 casos de coqueluche em 2024. Duas crianças morreram - uma em Belo Horizonte e outra em Poços de Caldas, no Sul de Minas.
Conforme a SES-MG, a última remessa chegou em 1° de julho de 2024. Foram 70 mil doses, distribuídas aos municípios entre julho e agosto.
Para a imunização completa, são necessárias no mínimo 3 doses com a vacina pentavalente (DTP+Hib+Hepatite B). Depois, um reforço aos 15 meses de idade e outro aos 4 anos com a DTP - justamente a que continua em falta.
De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde, a vacina tríplice bacteriana segue com estoque indisponível no Ministério da Saúde. Em relação à pentavalente, o estoque está regular, com 468.983 doses.
O Ministério da Saúde informou que até 14 de outubro foram distribuídas 335 mil doses da DTP para Minas. A pasta ainda destacou que encaminhou aos estados a pentavalente que deve ser utilizada como alternativa ao imunizante DTP.
Ao todo, foram disponibilizadas 8.253.176 doses da pentavalente para o Brasil, sendo 1.109.730 destinadas ao estado mineiro.
Cobertura vacinal
De janeiro a agosto de 2024, de acordo com o Painel de Vacinação do Calendário Nacional do Ministério da Saúde, a cobertura da pentavalente (que imuniza contra difteria, tétano, coqueluche, Haemophilus influenzae do tipo B e hepatite B) está em 84,94%.
Já a cobertura da tríplice bacteriana DTP (contra difteria, tétano e coqueluche) em 84,69%.
Até 12 de outubro foram notificados, pelos municípios, 844 casos suspeitos de coqueluche.
Quem deve se vacinar
O Estado esclarece que a medida mais eficaz para prevenir a doença é a vacinação e reforça que todas as gestantes devem se imunizar. O número de doses dependerá da situação vacinal.
Em crianças menores de um ano, devem ser aplicadas três doses da vacina pentavalente, que protege contra difteria, tétano, coqueluche, haemophilus influenzae do tipo b e hepatite B, administrada aos dois, quatro e seis meses de vida.
Aos 15 meses e aos quatro anos de idade, são realizados os reforços contra a doença com vacina DTP, que é indicada para prevenir a difteria, o tétano e a coqueluche (ou pertussis).
A população deve procurar pelos imunizantes nas unidades do SUS, como postos e salas de vacina dos municípios.
*Estagiário, sob supervisão de Valeska Amorim
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