Na segunda metade de outubro deste 2024, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, foi visto pela TV do Brasil, como nunca antes talvez, na reunião do Brics, em Kazam, pelo menos cá no Brasil. Isso porque o presidente brasileiro, em virtude de acidente em banheiro do Alvorada, feriu-se e não pôde comparecer. Putin entrou em cena para suprir a falta de Lula e tecer considerações sobre a não admissão a Venezuela no grupo de formadores do organismo internacional.
Mas como sempre, sem um sorriso sequer em qualquer minuto, o presidente de lá confirmou suas inclinações belicistas. Pela primeira vez admitiu que poderia empregar forças da aliada Coreia do Norte na guerra da Ucrânia, cedendo naquele país mais 12 mil soldados coreanos a Putin, além dos 3 mil já no conflito.
O comandante do Kremlin tem o pensamento predominantemente focado em guerra. Já no dia 14 de outubro, a Rússia criticara a manobra que a Otan iniciara, utilizando militares e 60 aeronaves de países-membros como resposta ao aumento da retórica e do arsenal nuclear russo desde a guerra com Ucrânia. Para Moscou era algo “exatamente perigoso e de consequências catastróficas”.
Não se precisa ir longe. Putin, em fevereiro de 2022, instruiu o Ministério da Defesa a colocar forças com as armas nucleares em alerta máximo sem razões pertinentes, assustando o mundo. Aconteceu quando a Rússia retaliou a União Europeia de fechar seu espaço aéreo a todo e qualquer avião russo ou de Bielorrússia, como sanção do ataque militar iniciado por Moscou contra a Ucrânia.
As novas restrições europeias anunciadas atingiam também a veículos de imprensa estatais da Rússia, como o Rússia Today e a agência de notícias Sputnik.
As sanções aplicadas à Rússia também se estenderam a Belarus, acusada de facilitar e participar do ataque russo à Ucrânia. “O regime (do presidente bielorusso Alexander) Lukashenko com um novo pacote de sanções, introduzindo medidas restritivas contra seus setores mais importantes, o que interromperá suas exportações”.
As restrições foram anunciadas após a Comissão Europeia tornar público que as lideranças políticas de algumas das principais economias ocidentais concordaram em remover as instituições bancárias russas da Sociedade de Telecomunicações Financeiras Interbancárias Mundiais (do inglês, Swift).
Mais tarde, a Rússia fechou seu espaço aéreo para companhias aéreas de 36 países, incluindo todos os 27 membros da União Europeia, em retaliação.