TESOURA AFIADA

Corte de gastos no Estado chega a R$ 1,1 bilhão

Governo Zema trata enxugamento das despesas como "contingenciamento", alegando que medida pode ser temporária

Do HOJE EM DIA
portal@hojeemdia.com.br
Publicado em 23/04/2025 às 18:52.Atualizado em 23/04/2025 às 18:59.

Anunciado pelo Governo Zema durante o feriado, o corte de gastos que fará todas as secretarias, empresas  e demais órgãos do Estado  enxugarem  a programação orçamentária para este ano  chegará a R$ 1,1 bilhão. A cifra foi divulgada nesta quarta-feira (23). 

Inicialmente, a medida foi apontada como necessária para “manter as contas em dia e o equilíbrio fiscal”. No sábado (19), o governo mudou o discurso e atribuiu a redução  das despesas - a que chama de “contingenciamento” - a um dos vetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Programa de Pleno Pagamento da Dívida dos Estados (Propag).   Em Minas, a dívida é de cerca de R$ 160 bilhões.

“O ano estava programado para um desembolso quase R$ 2 bilhões menor do que teremos, em virtude dos vetos do presidente Lula ao Propag. Isso nos obrigou a promover esses ajustes para garantir o equilíbrio fiscal”, disse, na ocasião,  o vice-governador Mateus Simões (Novo). 

O governo também diz que a mudança foi necessária pela “previsão de queda na arrecadação estadual, decorrente do cenário previsto de recessão e inflação descontrolada”.  No entanto, o  mercado financeiro reviu para baixo, na terça-feira (22), a previsão do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, que passou de 5,65% para 5,57% este ano – mas ainda  acima do teto da meta. Em 2024, o IPCA fechou em 4,83%.  

“Sem prejuízo”

Em nota, o Estado amenizou o  impacto do corte, alegando tratar-se de uma “suspensão temporária de gastos específicos e controlados”, que não afetaria contratos e investimentos já pactuados e em andamento. 

“No cenário de contingenciamento, a ação pode ser revista a qualquer momento, de acordo com análises das contas públicas e da previsão econômica”, informou. A redução equivale a 0,8% do orçamento total para o ano.

Segundo o governo, cada secretaria e órgão será  responsável por traçar a estratégia para “otimizar”  recursos, com base em “análises técnicas”. O texto divulgado ontem afirma que não haverá “quaisquer prejuízos à população e nas áreas essenciais, incluindo a oferta de serviços nos setores de educação, saúde, segurança e infraestrutura, por exemplo”. 

Todas as pastas e entidades afetadas deverão apresentar as novas propostas de orçamento, dentro do valor global já definido pelo Estado, em até dez dias úteis à Secretaria de Planejamento e Gestão. 

Leia mais:

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por