Diagnóstico em julho e 'trégua' da doença na campanha: como Fuad enfrentou o linfoma não-Hodgkin
Prefeito de Belo Horizonte passou 83 dias internado, tratando complicações de câncer no sistema linfático

O prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), enfrentou uma longa batalha contra o linfoma não-Hodgkin, uma forma de câncer que afeta o sistema linfático e compromete a defesa do organismo. Fuad tomou posse em 1º de janeiro e entrou de licença médica dois dias depois. Permaneceu internado por 83 dias, até falecer na manhã desta quarta-feira (26), por complicações da doença.
O linfoma não-Hodgkin é um tipo de câncer que afeta os glóbulos brancos, células essenciais para o sistema imunológico. De acordo com a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica, pode se desenvolver em diversas partes do corpo, com sintomas como aumento dos linfonodos, febre e cansaço. Nos últimos 25 anos, a doença se tornou mais prevalente, especialmente entre pessoas com mais de 60 anos, faixa etária na qual o prefeito se encontrava.
O anúncio da doença foi em 4 de julho de 2024, às vésperas do início da campanha eleitoral. "Continuarei sendo pré-candidato, da mesma forma que planejei antes, trabalhando na prefeitura e prefeitando”, disse, na época. Até o segundo turno, em 27 de outubro, Fuad teve intensa agenda política, e o vigor demonstrado durante a corrida eleitoral foi elogiado por apoiadores e eleitores.
Na reta final de 2024, o prefeito teve o quadro de saúde agravado. Durante a internação, em janeiro, enfrentou diversas complicações, incluindo insuficiência respiratória aguda e infecções secundárias. Em 9 de janeiro, foi entubado e uma traqueostomia foi realizada no dia 10.
Em 29 de janeiro, após apresentar melhora, Fuad recebeu alta da UTI, mas continuou hospitalizado para acompanhamento.
O linfoma não-Hodgkin, apesar de ser um tipo de câncer tratável, tem curso imprevisível. Embora a causa exata da doença ainda seja desconhecida, fatores como infecções virais e exposição a agentes químicos são apontados como possíveis desencadeadores. Além disso, tratamentos com medicamentos imunossupressores também podem contribuir para o desenvolvimento desse tipo de câncer.
O tratamento envolve abordagens como quimioterapia, radioterapia e, em alguns casos, transplante de medula óssea, dependendo do estágio e tipo da doença. Embora esse tipo de tumor possa ser tratado com sucesso em muitos casos, o diagnóstico precoce e a resposta ao tratamento variam de paciente para paciente.
Leia mais: