Dez candidatos no primeiro turno, dois no segundo e… nove derrotados. A matemática causa estranheza, mas quem acompanhou a campanha para prefeito em Belo Horizonte inclui na conta dos que perderam, além dos oito adversários de Bruno Engler (PL) e Fuad Noman (PSD), o ex-prefeito Alexandre Kalil (Republicanos). Depois de mudar de partido e apoiar o colega da nova legenda, Kalil viu Mauro Tramonte (Republicanos) terminar a corrida em terceiro lugar – algo impensável no início da campanha, quando o apresentador de TV despontou com folga em sucessivas pesquisas de intenção de voto. No fim, alcançou 15,15%.

Para o cientista político Malco Camargos, professor da PUC Minas, Kalil sai derrotado nesse primeiro turno. “Se o Tramonte tivesse vencido, o (Romeu) Zema ganharia. Como perdeu, mas o Zema não apareceu (na campanha), o governador não é atingido”, analisa Camargos. Por isso, o ônus da perda recai sobre Kalil, diz o especialista.

“Kalil abandonou o Fuad, apostou em um terceiro nome, se aliou a um adversário (Zema). Perdeu na aposta que fez e ficou com as contradições”, reforça o cientista político. Fuad Noman foi vice-prefeito de Kalil no segundo mandato na PBH e assumiu a chefia do Executivo quando o gestor, então no PSD, renunciou para concorrer ao Governo de Minas, em 2022.

Adversários históricos na política e rivais na disputa pelo governo estadual há dois anos, Kalil e Zema declararam apoio a Tramonte na corrida pela Prefeitura de BH. A adesão de Kalil foi vista como uma estratégia para fortalecê-lo numa eventual disputa pela chefia do Estado em 2026.

O Hoje em Dia tentou contato com Kalil após a divulgação do resultado das urnas, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria. O conteúdo será atualizado caso ele se manifeste.

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