Balanço da fiscalização

Três clínicas de estética que usavam produtos vencidos e reutilizavam agulhas são fechadas em BH

Força-tarefa da Anvisa com ajuda de vigilâncias sanitárias foi iniciada na última terça-feira

Do HOJE EM DIA
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Publicado em 15/02/2025 às 16:11.
Fiscais encontraram resíduos sem o descarte adequado nas clínicas (Anvisa/Divulgação)
Fiscais encontraram resíduos sem o descarte adequado nas clínicas (Anvisa/Divulgação)

Irregularidades graves flagradas em clínicas de estética, durante fiscalização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), levaram à interdição de três estabelecimentos em Belo Horizonte. O balanço da força-tarefa, iniciada na última terça-feira (11), foi informado pelo órgão federal, que fechou, ao todo, oito locais no país.

Além da capital mineira, houve a suspensão de funcionamento em uma clínica de Goiânia (GO), uma de Brasília (DF) e três em São Paulo. Ao todo, mais de 50 agentes inspecionaram 31 estabelecimentos nas cidades. A ação ocorreu em parceria com vigilâncias sanitárias estaduais e municipais.

O endereço dos estabelecimentos fechados não foi informado. Em um dos seis vistoriados em BH, chamou a atenção dos fiscais a reutilização, em diversos pacientes, de instrumentos para microagulhamento da pele, conforme mostrou o Hoje em Dia. Esses dispositivos perfuram a pele com agulhas, sob a promessa de estimular a produção de colágeno e melhorar a textura da pele. 

Durante o processo, geram-se sangue e secreções, o que implica que cada dispositivo deve ser usado uma única vez por paciente, sendo descartado em seguida. A reutilização desses materiais envolve risco de transmissão de infecções e doenças.

Também foram encontrados ponteiras de dermoabrasão e fios de polidioxanona (PDO) para lifting sem regularização no Brasil, tintas para tatuagem e injetáveis vencidos, além de uma grande quantidade de produtos manipulados em nome de funcionários da clínica, rótulos de produtos sem procedência ou composição e até mesmo compostos alimentares injetáveis.

Outros achados incluíram produtos de preenchimento, como ácido hialurônico, já abertos e usados, aguardando novo uso, além de falhas na esterilização dos utensílios, o que também envolve risco de infecção e transmissão de doenças. Também foram encontrados produtos de uso único sendo reprocessados para novo uso, o que é expressamente proibido.

Em um estabelecimento, a Central de Material Esterilizado (CME) era usada também como depósito, reunindo materiais usados e novos, sujos e limpos, sem segregação entre as áreas suja e limpa.

Em alguns estabelecimentos, as questões foram agravadas pela locação de espaços físicos a profissionais autônomos, o que dificulta o gerenciamento de riscos, a aplicação de controles internos e a rastreabilidade dos procedimentos e pacientes atendidos.

A escolha dos estabelecimentos foi motivada por denúncias recebidas de usuários e pelo elevado grau de inserções publicitárias patrocinadas pelas marcas em mídias tradicionais ou em redes sociais, no contexto atual de aumento dos relatos de eventos adversos graves ocorrendo em clínicas de estética ou após procedimentos.

Cuidado com 'promessas' de influenciadores nas redes sociais

A anvisa reforça que é preciso não confiar cegamente em conteúdos veiculados por nas redes sociais por influenciadores. O órgão federal reforça que um procedimento indicado para um paciente não é aplicável a toda e qualquer pessoa. 

Além disso, o influenciador, contratado para a captação de novos clientes, não conhece as particularidades do quadro de saúde de cada pessoa. Se há dúvidas quanto ao tratamento a escolher, o ideal é procurar um profissional de saúde habilitado para avaliar o caso.

"Nesse contexto, é importante desconfiar de promessas milagrosas ou que garantam resultados, bem como de preços praticados muito abaixo do preço médio de mercado. Vale lembrar que é importante consultar, junto à Vigilância Sanitária da sua cidade, se o estabelecimento possui alvará/licença sanitária válida, bem como conferir nos conselhos profissionais as credenciais dos profissionais que atuam no estabelecimento. Outra dica é sempre perguntar quais produtos estão sendo aplicados e, com os dados em mãos, conferir a regularidade dos produtos em https://consultas.anvisa.gov.br/#/", informou a Anvisa.

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