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Vacina contra Covid tem menor adesão entre principais imunizantes aplicados nas crianças em BH

Luiz Augusto Barros
@luizaugbarros
04/02/2022 às 10:00.
Atualizado em 04/02/2022 às 12:40
 (Agência Brasil)

(Agência Brasil)

A vacina contra a Covid-19 tem a menor adesão entre os principais imunizantes aplicados nas crianças em Belo Horizonte. Com apenas um terço do público convocado protegido, a cobertura é inferior à de pelo menos oito doenças, segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMSA).

Na capital, dos 90 mil meninos e meninas chamados para tomar a primeira dose contra o coronavírus, 60 mil ainda não compareceram. Na ponta do lápis, apenas 33% de cobertura. Por outro lado, a taxa de adesão da triviral, que previne sarampo, caxumba e rubéola, é de 92% (veja os números na arte).

O infectologista Leandro Curi atribui a baixa procura às fake news, já que os dados mostram uma boa procura pelas outras doses. “No primeiro ano de vida, as crianças recebem mais de 20 vacinas. Nunca vi um pai contestar onde são feitas, os efeitos colaterais. De repente, as pessoas começam a contestar uma das poucas armas que temos contra a Covid”, afirmou.

Além disso, o médico chama a atenção para o posicionamento de autoridades, políticas e religiosas, que colocam a credibilidade dos produtos em xeque. 

“As pessoas preferem acreditar em mensagens de WhatsApp, sem base científica, do que em instituições sérias. É uma constante afronta à ciência”.

Segundo o especialista, a situação preocupa, principalmente pelo crescimento dos casos graves e da mortalidade entre as crianças.

De acordo com a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), não há mais vagas de enfermaria no Hospital Infantil João Paulo II e a ocupação das terapias intensivas pediátricas é de 69%. 

A capital até adiou a volta às aulas em uma semana para as crianças de 5 a 11 anos na tentativa de dar mais tempo hábil aos pais de imunizar os filhos. O retorno só deve acontecer em 14 de fevereiro.

Ampliação

Com a chegada de mais 46 mil doses, a prefeitura convocou moradores de 7 e 8 anos, sem comorbidades, para se vacinar no sábado. A imunização acontecerá exclusivamente nos Centros de Saúde. Já na segunda-feira, a campanha volta às escolas municipais.

Para receber a aplicação, o público deve estar acompanhados dos pais ou responsáveis, apresentar documento de identidade ou certidão de nascimento, CPF e comprovante de residência, além do cartão de vacinação.

“No primeiro ano de vida, as crianças recebem mais de 20 vacinas. Nunca vi um pai contestar onde são feitas, os efeitos colaterais. As pessoas preferem acreditar em mensagens de WhatsApp, sem base científica, do que em instituições sérias. É uma constante afronta à ciência”
Leandro Curi - infectologista 

Ponto a ponto

Em Minas, a Covid segue sem dar trégua. Já são 2,8 milhões de pessoas contaminadas desde o início da pandemia. Ontem, 28,5 mil casos foram confirmados.

O boletim da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) indica 135 óbitos por complicações da doença também em 24 horas. São 57.575 óbitos desde março de 2020. 

Já os recuperados da doença somam 2,4 milhões. Outros 251 mil mineiros seguem em tratamento, internados ou em isolamento social. 

No Estado, 87% da população com 12 anos ou mais concluiu o esquema vacinal contra a Covid, o que representa 15,9 milhões de pessoas.

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