Gato guerreiro

Fiat Fastback Abarth prova que dá para ter um esportivo nacional

Custando apenas R$ 4 mil a mais que a versão regular, Fastback Abarth é um esportivo de verdade e passa longe dos “esportivados”

Marcelo Jabulas
Publicado em 05/05/2024 às 13:25.

Brasileiro é apaixonado por carro, já dizia o bordão do posto de combustível. Na verdade, é o ser humano quem gosta de carro, pelo fato de encurtar distâncias e facilitar a vida. Mas é fato que também cultuamos o automóvel. É uma espécie de cartão de visitas.

E se curtimos automóveis, também adoramos carros esportivos. Mas o problema é que eles são muito caros e, na esmagadora maioria, importados. Ter um Mini Cooper S é uma grande curtição, mas custa quase R$ 250 mil. Muita grana num carrinho tão miúdo. E se subirmos o sarrafo, mais platônico essa paixão fica.

A solução que há anos a indústria encontrou foi vender os chamados “esportivados”. Modelos sem nenhuma modificação técnica, mas decorados com elementos esportivos para saciar o desenho dos consumidores.

A Fiat sempre foi mestre nesse departamento. Vendeu Palio, Uno, Strada e até o monovolume Idea com visual esportivo. Certa vez, num almoço com executivos, durante a apresentação do Cronos HGT (outro esportivado), questionei porque não desenvolver uma versão de fato esportiva para o sedã.

A resposta foi bem direta: “O consumidor não quer um carro duro, barulhento e mais caro. Ele quer um carro com visual bacana para mostrar para os amigos, mas sem abrir mão do conforto”, cravou um antigo empregado da casa.</CS>

Agora estamos diante do Fiat Fastback Abarth. Este sim um esportivo nato, que faz barulho e tem suspensão mais firme. Mas é uma delícia de guiar. Com preço de R$ 162 mil, ele custa R$ 4 mil a mais que a versão Limited. 

Ele é equipado com o motor T270 1.3 de 185 cv e 27,5 kgfm de torque, combinado com caixa automática de seis velocidades. O mesmo pacote que há no Fastback Limited. 
Mas as coisas mudam quando falamos em gerenciamento eletrônico, escapamento e suspensão. O escape ganhou ponteiras duplas, que emite um ronco lascivo. A suspensão recebeu um acerto digno do emblema do escorpião. 

E por fim o gerenciamento eletrônico capitaneado pelo botão Poison, funciona como a espada do He-Man, transformando o SUV cupê pacato no verdadeiro Gato Guerreiro. O carro é arisco, tem acelerações brutais, freia bem, e encara curvas como se dobrasse um papel. 

É um carro tão legal que nem dá vontade de perder tempo falando de equipamentos, mas precisamos listar o que o Abarth oferece. O esportivo conta com quadro de instrumentos digital e multimídia de 10 polegadas (com conexão sem fio para smartphones, câmera de ré, navegação e sistema de conectividade). 

O Abarth ainda oferece partida sem chave, partida remota (fora do carro), ar-condicionado digital, carregamento por indução, freio de estacionamento elétrico, Auto Hold, assistente de partida em rampa, retrovisores e vidros elétricos, bancos em couro, monitoramento da pressão dos pneus, rodas de 18 polegadas e faróis neblina.

Já o pacote de segurança inclui alerta de colisão, monitor ativo de permanência em faixa, frenagem automática emergencial, quatro airbags e acendimento automático dos faróis. 

Para finalizar, o consumo ficou na casa dos 7,2 km/l. Não é o rei da eficiência, mas um valor aceitável para um carro que induz a acelerar o tempo todo. Pelos poderes de Grayskull...

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