'Você tem de ter orgulho de quem é', diz atleta que recebeu pedido de casamento

Folhapress
09/08/2016 às 16:10.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:16
 (Reprodução/ Instagram)

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Inédito em Olimpíada, o rúgbi entrou para a história dos Jogos. Não só pela estreia, mas por um fato que ocorreu após o torneio feminino da modalidade. 

Assim que a cerimônia de entrega de medalhas terminou na segunda-feira (8), com a Austrália campeã, a gerente do estádio em Deodoro, Marjorie Enya, 28, pegou o microfone e começou seu discurso. Fez um pedido de casamento. 

Uma surpresa para a atleta Isadora Cerullo, 25, jogadora do Brasil que, chorando de emoção, disse "sim".  Elas estão juntas há dois anos, moram em São Paulo e, como disseram, vão dar início a uma nova vida. Estão impressionadas com o tamanho da repercussão. "O rúgbi é um esporte de valores, que abraça todo mundo. A Olimpíada também tem esse espírito, da diversidade. Estou feliz por fazer parte disso. Estou impressionada com a reação positiva das pessoas. Está sendo incrível", afirmou a atleta, que nasceu nos Estados Unidos, mas tem pais brasileiros. 

O lema dos Jogos Olímpicos do Rio é "procurar as semelhanças e celebrar as diferenças", contra a intolerância. "Estava com receio. Achava que dentro dos Jogos iam apoiar com certeza. Mas fora não sabia como ia ser. Seria hipócrita dizer que não há preconceito. Mas estou muito feliz com tudo que vi de repercussão", disse Enya. 

O tema da orientação sexual ainda é tabu no esporte, um reflexo da sociedade. Cerullo espera que o episódio sirva para encorajar outras pessoas a "assumirem o que são". "Eu acho que todo mundo tinha que se sentir seguro na própria identidade. Tem muita gente que ainda tem medo", declarou. 

Ela diz não ter "um conselho" para dar sobre o assunto. "Espero que seja uma mensagem para que as pessoas tenham coragem de mostrar ao mundo o que são. Você tem de ter orgulho de quem é. Todo mundo merece amar e ser amado", completou. "Eu tenho jeito de menina", já a esposa "não tem muitos traços femininos", afirma a gerente do estádio. 

"Já ouvi dizerem que eu pareço menino. Já sofri preconceito, por ser mulher, mas por não ter estética feminina", contou a atleta do time de rúgbi. "Meu corpo reflete meu trabalho. Tenho orgulho disso", declarou.

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