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Cobertura vacinal contra dengue segue muito baixa em BH mesmo após 1 mês de campanha

Do público de 6 a 14 anos, somente 36,4% recebeu a primeira dose, e 11,90% concluiu o esquema vacinal com a segunda

Do HOJE EM DIA
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Publicado em 04/12/2024 às 15:23.Atualizado em 04/12/2024 às 17:07.
Os 152 postos de saúde de BH ficaram abertos no Dia D, quando muitas famílias aproveitaram para atualizar a caderneta das crianças (Fernando Michel / Hoje em Dia)
Os 152 postos de saúde de BH ficaram abertos no Dia D, quando muitas famílias aproveitaram para atualizar a caderneta das crianças (Fernando Michel / Hoje em Dia)

Mais de 81 mil doses foram aplicadas em crianças e adolescentes Belo Horizonte durante a Campanha de Multivacinação, de 4 a 29 de novembro. Mas, apesar de toda a mobilização para atualizar o calendário básico do Ministério da Saúde, algumas coberturas seguem abaixo da meta, como contra dengue e meningite. O balanço foi disponibilizado nesta quarta-feira pela prefeitura da capital.

Um exemplo é a Qdenga. O recomendado pelo Ministério da Saúde que é de, no mínimo, 90% de cobertura. Porém, do público de mais de 222 mil pessoas de 6 a 14 anos, somente 36,4% receberam a primeira dose. E apenas 11,90% concluíram o esquema vacinal com a segunda.  

Diversos imunizantes apresentaram melhora na cobertura, mas não atingiram a meta, como a vacina contra hepatite A, que saiu de 87% para 90% para o público de 1 ano; contra a febre amarela, de 82% para 86% para a faixa etária de 4 anos; e contra a meningite, que passou de 48% para 52% em menores de 1 ano. Para essas doses, a meta estipulada pelo Ministério da Saúde é de 95%. 

Comparando os dados de vacinação em outubro e novembro deste ano – antes da campanha e no período da mobilização –, o número de aplicações teve um aumento de 92,1%, saindo de cerca de 42.646 doses para 81.927.

Para alcançar esse resultado, a Secretaria Municipal de Saúde reforçou a mobilização com a atuação da equipe do Mobiliza SUS, a realização de um Dia D, a distribuição de materiais informativos e a afixação de cartazes em equipamentos públicos. Todas essas estratégias foram implementadas para ampliar e facilitar o acesso das pessoas às vacinas. Para o secretário municipal de Saúde, Danilo Borges Matias, a resposta da população foi positiva.

“Em pouco mais de 20 dias aplicamos quase 82 mil doses. Esse resultado foi muito significativo e, por isso, agradeço às equipes da rede SUS-BH e também aos pais, mães e responsáveis que se conscientizaram. Manter a caderneta de vacinação atualizada deve ser um cuidado contínuo não só para crianças e adolescentes, mas também para os adultos. Só assim conseguiremos garantir proteção contra diversas doenças”, ressaltou o secretário.

A Secretaria Municipal de Saúde reforça a necessidade de o grupo elegível receber a vacina para evitar as formas mais graves da doença.

Prevenção a arboviroses

A Prefeitura de Belo Horizonte mantém o monitoramento contínuo dos dados epidemiológicos na cidade. Em 2024, até o momento, foram confirmados 208.797 casos de dengue e 124 óbitos. Além de 10.313 registros de chikungunya e 13 mortes. Em relação à zika foram 14 casos notificados, investigados e descartados. Cabe destacar que neste ano o município enfrentou a pior epidemia de sua história. 

Para garantir a prevenção às arboviroses, além da oferta de vacinas contra a dengue para o público de 6 a 14 anos, durante todo o ano a Secretaria Municipal de Saúde adota diversas ações de prevenção à dengue, chikungunya e zika, tais como vistorias em imóveis, inclusive com o apoio de outras secretarias. 

Os Agentes de Combate a Endemias (ACE) visitam imóveis reforçando as orientações sobre os riscos do acúmulo de água, já que esses locais podem se tornar criadouros do Aedes aegypti, mosquito transmissor das doenças. E repassam dicas sobre como eliminar os focos e, se necessário, é feita a aplicação de biolarvicidas. Já foram realizadas mais de 3,7 milhões de vistorias este ano.

Há também a aplicação de inseticida a Ultra Baixo Volume (UBV) para o combate a mosquitos adultos. O inseticida utilizado nessa estratégia é o mesmo dos populares “carros de fumacê”. A diferença está na aplicação adotada pelo município. Em vez de utilizar veículos para a dispersão do produto, os agentes são equipados com bombas costais motorizadas para aplicar de forma direcionada em pontos específicos. Em 2024 foram realizadas ações em mais de 169 mil imóveis.

A PBH também realiza o monitoramento de focos por meio do uso de drones, que são utilizados para a captação de imagens e aplicação de larvicida diretamente nos locais de risco. Esse ano foram realizados 111 sobrevoos considerando as nove regionais do município, alcançando mais de 15 mil imóveis. 

Mutirões de limpeza são realizados pela Superintendência de Limpeza Urbana (SLU) - já foram 250 este ano, com o recolhimento de mais de 672 mil toneladas de resíduos, em mais de 118 mil imóveis.

As 1,7 mil ovitrampas – armadilhas instaladas em pontos estratégicos das regionais – são utilizadas para monitorar a circulação do Aedes aegypti e intensificar ações preventivas em áreas com maior número de mosquitos. As estruturas simulam o ambiente ideal para a reprodução e possuem uma substância que atrai as fêmeas. Somente em 2024 foram realizadas mais de 70 mil visitas para o monitoramento.

O método Wolbachia é outra ação complementar para o controle e prevenção da dengue, zika e chikungunya. Trata-se de uma bactéria que é transmitida para humanos ou animais. Os mosquitos que carregam esse microrganismo têm a capacidade reduzida na transmissão das arboviroses, diminuindo o risco dessas doenças. Cabe esclarecer que esse método não envolve qualquer modificação genética do vetor Aedes aegypti.

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