Governo de Minas pede informações ao Itamaraty sobre fotógrafo desaparecido em Paris
Flávio de Castro Souza está desaparecido desde 26 de novembro. Caso ganhou repercussão internacional após a inclusão do nome do mineiro na lista de difusão amarela da Interpol
O governo de Minas Gerais demandou informações ao Ministério das Relações Exteriores sobre as buscas do fotógrafo mineiro Flávio de Castro Sousa, desaparecido desde 26 de novembro, em Paris.
Em ofício enviado ao Itamaraty, o governador Romeu Zema solicitou a intermediação da Assessoria Especial de Assuntos Parlamentares e Federativos com a Embaixada do Brasil em Paris para manter o governo mineiro atualizado sobre a situação das buscas do fotógrafo.
"O Governo de Minas entrou em contato com o Ministério das Relações Exteriores para acompanhar os trabalhos das autoridades que atuam nas buscas do fotógrafo mineiro Flávio de Castro Sousa, desaparecido no último dia 26 de novembro, em Paris. O Governo de Minas também se colocou à disposição dos familiares e das autoridades envolvidas para prestar apoio, caso seja necessário", informou o executivo estadual em nota.
A Interpol incluiu o nome de Flávio de Castro Sousa na lista “Difusão Amarela”, de pessoas desaparecidas mantida pela organização internacional, sendo emitido um alerta para as autoridades policiais dos 196 países membros da organização internacional.
A inclusão dos dados foi feita a pedido da Polícia Federal, que atua em conjunto com a polícia francesa para tentar localizar Sousa Castro. O brasileiro foi visto pela última vez em 26 de novembro, em Paris, capital francesa.
Na terça-feira (3), as malas do brasileiro foram abertas e vistoriadas por agentes, representantes da embaixada e conhecidos dele. No entanto, segundo a PF, nenhum elemento que pudesse contribuir com as buscas foi identificado.
A previsão é que a bagagem seja despachada para o Brasil, onde poderá ser realizada uma nova perícia. Entre os itens estão um notebook e o celular, encontrado em frente a um restaurante.
Mistério
Sousa foi socorrido por bombeiros ao cair no rio Sena e alertou um amigo francês que iria procurar a empresa responsável pela locação do seu apartamento em Paris para estender a permanência na cidade, mas o brasileiro não foi mais visto.
O fotógrafo é considerado desaparecido desde 26 de novembro. O brasileiro foi visto pela última vez em um apartamento de aluguel por temporada na rue des Reculettes, em Paris, na França. A polícia francesa fez buscas por ele em necrotérios e hospitais.
Morador de Belo Horizonte, o fotógrafo chegou à capital francesa no início do mês passado e tinha uma passagem de volta ao Brasil para a mesma data em que sumiu. Ele vai com frequência ao país a trabalho.
Apesar de o check-in para o voo de retorno ter sido realizado, ele não embarcou. Um amigo próximo de Flávio recebeu uma mensagem de um conhecido francês dizendo que o mineiro se acidentou e recebeu atendimento no Hôpital Européen Georges-Pompidou no mesmo dia.
Após ser liberado, ainda segundo o homem, ele tentou estender a estadia no apartamento alugado por temporada, se dirigiu até lá e, depois, não deu mais notícias. Os pertences de Flávio, incluindo o passaporte, foram retirados do imóvel pelo francês.
Depois disso, a mãe de Flávio começou a ligar insistentemente para o celular dele e, na madrugada do dia 28, um funcionário de um restaurante atendeu. Ele não falava português e passou a ligação para um colega brasileiro, que explicou que encontraram o aparelho em um vaso de plantas no início da manhã do dia 27, na porta do estabelecimento.
Conforme a família, a embaixada brasileira foi acionada, solicitando que a Interpol emitisse um alerta para localizar o fotógrafo.
Amigos e familiares dizem, também, que Flávio não tinha o costume de passar tantos dias sem dar notícias. A esperança de todos é que ele seja encontrado vivo.
O mineiro é formado em artes plásticas pela Escola Guignard, da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), e sócio da empresa Toujours Fotografia junto a Lucien Esteban.