Quanto menor a renda familiar, mais as mulheres assumem a responsabilidade pelas finanças do lar. O desafio é maior nas classes D e E, onde elas são as únicas responsáveis financeiras em 43% das residências. Nas classes A e B o índice cai para 18%.
Considerando todas as classes sociais, levantamento da Opinion box para a Serasa mostra que o percentual de mulheres que se veem obrigadas a assumir as contas da casa só cresce. Em 2023 eram 88%. No levantamento realizado neste mês subiu para 93%, sendo que, em 33% das famílias elas são as únicas responsáveis pela geração de renda.
Dupla jornada é desafio dos grandes
O protagonismo feiminino nas finanças da casa traz impactos preocupantes, como revelam 90% das entrevistadas: além da missão de gerar renda fora de casa, as mulheres não têm a opção de renunciar às responsabilidades domésticas, tendo de equilibrar as duas frentes ao mesmo tempo. Mesmo assim, 85% delas celebram o fato de conquistarem espaços no mundo das finanças, um terreno predominantemente masculino por décadas.
Chama a atenção, negativamente, o fato de que somente 66% das entrevistadas percebem que o trabalho externo de geração de renda é valorizado dentro da própria casa. O percentual de valorização e reconhecimento melhora conforme a renda (83% para alta renda e 73% para média renda) e cai nas famílias de baixa renda (60% para classe D e 53% entre a classe E).
“Acostumadas a gerenciar a rotina e até situações de escassez, as mulheres conseguem equilibrar as reais necessidades à renda disponível e se mostram mais preocupadas em evitar o endividamento familiar”, diz afirma Patrícia Camillo, gerente da Serasa, especialista em educação financeira.
Imóvel e dívida quitada
Quando estimuladas a revelar os planos financeiros para o futuro, 36% das mulheres colocam a compra de imóvel e a quitação das dívidas já contraídas como prioridade, um indicador que reflete as negociações registradas no Feirão Serasa Limpa Nome: as mulheres fecharam 25% mais acordos do que os homens, demonstrando maior compromisso com a regularização das finanças, aponta a instituição.
Outros insights da pesquisa
- A dificuldade de obter crédito (47%) e o endividamento (31%) são os principais desafios enfrentados pelas mulheres.
- Quanto mais jovens, mais dificuldades para conseguir crédito: são 62% na Geração Z, 48% entre Millenials, 40% entre a Geração X e 16% entre as Baby Boomers.
- 8 em cada 10 mulheres pediram crédito nos últimos 12 meses: pagar uma despesa inesperada (26%), pagar dívidas de cartão (22%) e limpar o nome (21%) são os principais motivos da solicitação.
- 85% das entrevistadas já tiveram algum pedido de crédito negado.
- As redes sociais são a maior fonte de aprendizado sobre finanças entre as mulheres (33%), seguido pelas informações em site/app de banco (28%) e buscadores na internet (26%).
- 3 em cada 4 se sentem representadas e mais confiantes quando escutam mulheres falando sobre economia.
Metodologia
Pesquisa realizada pelo Instituto Opinion Box de 14 a 24 de fevereiro de 2025, com 1.383 entrevistas realizadas com mulheres de todo o país. Margem de erro: 1,6 ponto percentual
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