Suspeito é preso acusado de se passar por policial para extorquir mulheres em BH
Ele filmava momentos íntimos e as ameaçava; além disso, também se aproveitava para obter vantagens em casas noturnas
Suspeito de se passar por policial civil para obter vantagens em restaurantes e casas noturnas e, também, extorquir mulheres, um homem de 29 anos foi preso em Belo Horizonte. Ele, inclusive, usava uma foto vestindo uniforme da instituição nas redes sociais.
A prisão ocorreu nessa terça-feira (9) e foi divulgada nesta quarta (10) pela Polícia Civil de Minas. Foi a segunda fase da operação batizada de "Don Juan". A equipe da 4ª Delegacia de Polícia Civil Centro localizou o perfil do homem nas redes sociais, no qual ele usava o uniforme da instituição.
De acordo com o delegado Alessandro Carlos Rodrigues de Almeida Santa Gema, várias mulheres procuraram a delegacia para denunciar o homem por extorsão e ameaça.
“As vítimas alegaram que conheceram o investigado em bares e casas noturnas de Belo Horizonte e que nos encontros ele dizia que era policial civil, objetivando obter vantagem nas festas e também ganhar a confiança delas”, contou.
Ainda segundo Alessandro, “durante os envolvimentos íntimos com as mulheres, o investigado filmava o ato e replicava os vídeos aos seus contatos e também em grupos de aplicativo que eram criados com a finalidade específica de expor mulheres em relações íntimas com homens que conheciam em festas”, revelou o delegado.
Levantamentos apontam que as vítimas também foram extorquidas pelo investigado, que exigia dinheiro ou outros favores sexuais/econômicos para não divulgar na internet as imagens registradas por ele durante as relações sexuais.
Primeira fase
Na primeira fase da operação, realizada em 18 de outubro de 2022, foi cumprido mandado de busca e apreensão na residência do investigado, na cidade de São José da Lapa, sendo arrecadados elementos que colaboraram com a continuidade das investigações.
Entre os itens apreendidos naquela ocasião, estava o celular do investigado, contendo vários elementos de prova, entre os quais, centenas de vídeos de sexo explícito com as vítimas.
“Com o prosseguimento das investigações, foi apurado que o suspeito continuava a delinquir, já que novas vítimas procuraram a polícia para registrar boletins de ocorrência, oportunidade em que a prisão preventiva se fez necessária e atual, tendo sido efetivada nessa segunda fase da operação”, acrescentou Santa Gema.
Por fim, o delegado destacou que “com a prisão e nova apreensão do celular do investigado, será possível identificar os demais suspeitos que fazem parte dos grupos que divulgam imagens de nudez de mulheres, obtidas clandestinamente durante momentos íntimos, levando à compreensão da dimensão de uma provável organização criminosa entre os integrantes desses grupos para prática dessa modalidade delituosa”.
O inquérito policial já foi concluído e o investigado, indicado pelos crimes de extorsão, exposição da intimidade sexual e usurpação de função pública. Ele foi encaminhado ao sistema prisional e segue à disposição da Justiça.