votação nesta 4ª

Isenção de imposto a empresas de ônibus pode ser novo embate entre vereadores e PBH

Para ser aprovada, proposição do Executivo precisa do voto favorável de 28 dos 41 parlamentares

Pedro Melo
pmelo@hojeemdia.com.br
Publicado em 03/12/2024 às 17:46.Atualizado em 03/12/2024 às 18:27.
 (Valéria Marques / Hoje em Dia)
(Valéria Marques / Hoje em Dia)

Deve ser votado nesta quarta-feira (3) o Projeto de Lei que isenta as empresas de ônibus de Belo Horizonte do pagamento do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN), atualmente fixado em 5%. Justificativa seria a redução de custos para a Prefeitura da capital.

O projeto, assinado pelo Executivo, foi tema de diversos embates durante a campanha pela PBH. Os rivais do prefeito Fuad Noman (PSD) - Bruno Engler (PL), Duda Salabert (PDT), e Gabriel Azevedo (MDB) - questionaram a relação do candidato à reeleição com os empresários do transporte público.

A análise do projeto em 1º turno está marcado para ocorrer em reunião extraordinária marcada para 9h. Para ser aprovada, a proposição precisa do voto favorável de 28 vereadores, o que permitirá o retorno dela às comissões para apreciação de emendas. 

Fuad Noman justifica a isenção afirmando que o imposto gera “uma distorção nos custos e nas receitas” do sistema de transporte público. Atualmente, o custeio do serviço é dividido entre a tarifa paga pelos usuários e uma remuneração complementar bancada pela Prefeitura.

De acordo com o PL, como a alíquota de 5% do ISSQN incide sobre as despesas operacionais, ela acaba aumentando o valor da remuneração complementar, criando um ciclo em que o imposto é pago ao município pelas empresas e, posteriormente, devolvido no financiamento.

Além disso, há a incidência de um imposto federal de 2% sobre a remuneração complementar, o que eleva a carga tributária paga pela Prefeitura à União. A justificativa do projeto argumenta que a isenção reduziria esses custos. A consequente diminuição da remuneração complementar compensaria integralmente a renúncia fiscal.

As empresas de ônibus da cidade já foram beneficiadas com a isenção do ISSQN por quase uma década. O benefício foi revogado pela Lei 11.355/2022, que entrou em vigor após a Câmara derrubar o veto do Executivo.

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