(Cristiano Martins)
Foi com público decepcionante e pouco empolgado que Belo Horizonte escreveu seu primeiro capítulo na história dos Jogos Olímpicos, nesta quarta-feira (3).
Um "ensaio" de ola no primeiro tempo e as vaias à goleira Hope Solo, especialmente no segundo, foram alguns dos poucos momentos de interação da torcida durante a vitória dos Estados Unidos por 2 a 0 sobre a Nova Zelândia, pela primeira rodada do torneio de futebol feminino.
O anel superior do Gigante da Pampulha estava às moscas, e havia muitas cadeiras vazias no primeiro nível da arquibancada. Das tribunas de imprensa, era possível ouvir os gritos de incentivo e cobrança entre as jogadoras dentro de campo.
Com direito a "Girls Just Want To Heave Fun" e "Show das Poderosas" na trilha sonora no intervalo, a seleção número 1 do ranking mundial recebeu o apoio tímido de um pequeno grupo de torcedoras brasileiras ao descer para o vestiário com a vitória parcial por 1 a 0 na primeira etapa.
Entre os espectadores, foi possível localizar bandeiras dos dois países, e até uma da Finlândia, que sequer disputa a competição. Mas a cor predominante era o amarelo das camisas da Seleção Brasileira (e também algumas da Colômbia, que enfretaria a França logo depois), seguido de perto pelas camisas alvinegras e azuis dos torcedores de Atlético e Cruzeiro.
Sem rivalidade
O clima amistoso entre os rivais mineiros, inclusive, foi uns dos destaques positivos. O casal Tiago Viana, 32, e Vivian Horta, 35, por exemplo, comemorou a chance de ir uniformizado ao estádio.
"Normalmente, temos que ir separados aos jogos, ou um de nós vai descaracterizado quando vai acompanhar o outro no jogo do rival. Esperava um pouco mais de público, mas no geral acho que está tudo organizado e em paz", avaliou o cruzeirense.
Estrela vaiada
Os ânimos só se afloravam mesmo nos poucos momentos em que as neozelandesas chegavam ao gol adversário. Mesmo após os vários pedidos de desculpas, a goleira americana Hope Solo não foi perdoada pelos mineiros e era hostilizada na maioria das participações, com vaias e gritos de "zika" nas reposições de bola.
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