A Polícia Civil investiga os membros do grupo de Whatsapp do jogo Baleia Azul do qual fazia parte o jovem de 19 anos que se matou na última quarta-feira (12), em Pará de Minas. O celular do rapaz, que já está nas mãos de polícia, passará por perícia para confirmar a veracidade dos perfis dos integrantes do grupo. A polícia apura se houve induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio. A pena para o crime varia entre 1 e 3 anos, mas pode ser dobrada em caso de agravantes.
Carlos Henrique Gomes Bueno, em entrevista ao portal JC Notícias.
No Baleia Azul, ou Blue Whale, os participantes devem seguir uma série de 50 desafios diários, como cortar a própria pele, se fotografar do alto de um prédio e, por fim, tirar a própria vida. O jogo foi criado na Rússia e suspeita-se de que esteja relacionado à morte de adoescentes por lá.
O jovem, que era carpinteiro, participava dos desafios propostos pelo Baleia Azul há cerca de um mês, segundo depoimento da mãe à Polícia Militar. Os familiares o descreveram como trabalhador e educado. Nos últimos dias, no entanto, o comportamento do rapaz havia mudado, conforme os relatos da família. O caso foi encaminhado para a Delegacia de Crimes Contra à Vida da cidade e um inquérito será instaurado. O rapaz deiuxa uma filha, de um mês e esposa, de 16 anos.
Outro caso no Mato Grosso
Um caso suspeito também está sendo investigado no Mato Grosso. Uma menina de 16 anos pulou do alto de uma represa, no bairro Inconfidentes, região central de Vila Rica. Ela também estaria supostamente participando do jogo macabro, de acordo com relatos da família. As autoridades locais apuram o caso como prioridade máxima e aguardam laudos periciais do celular da vítima e do notebook do namorado dela.
O que dizem os especialistas
Os pré-adolescentes são mais suscetíveis a entrar no jogo por perderem mais facilmente o senso de realidade. "A cada tarefa concluída ele se sente mais poderoso", observa a psicóloga, psicopedagoga e professora universitária Sylvia Flores.
A especialista é enfática ao decretar que os pais têm que ter voz ativa com os filhos e proibir certas atitudes, como passar noites em claro e virar o dia na frente de um videogame. "Os pais têm que lembrar qual é o papel deles, porque são crianças, adolescentes. Se for preciso, têm que pedir ajuda profissional", pontua.
Flores alerta que é fundamental que os pais observem quantas horas de sono o filho está tendo. Ela explica que a privação do sono é uma das piores torturas e mais devastadoras na destruição do ego. "O sono faz parte da saúde mental. Quando sofre privação do sono, muito rapidamente a pessoa perde a noção da realidade e entra em estado psicótico", exemplifica. "Essas estratégias podem levar uma pessoa a cometer suicídio", afirma a especialista.
Serviço
O Centro de Valorização da Vida (CVV) realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo. O serviço funciona 24 horas por dia pelo telefone 141, por .
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